Não é preciso ser-se sociólogo para ler a contundência dos
dados: os cristãos das nossas comunidades estão a abandonar a Missa dominical.
A Missa já não é capaz de nutrir a fé da maioria dos cristãos nem os vincula à
comunidade como o fez durante muitos séculos. E o mais surpreendente é que
vamos deixando que a Missa se perca, sem que tal provoque reacção em nós. Mas
afinal, não é a Eucaristia o centro da nossa fé? Podemos permanecer passivos
sem tomar alguma iniciativa? Causa-nos isto alguma dor? Por que o não dizemos
com mais força? O abandono acontece até entre os que nela participam responsável
e incondicionalmente. Que fazer? Estamos a fazer tudo o que podemos?
(Acabo de chegar das confissões. Ando com a ideia na cabeça
e não sei como começar. Falarei de duas confissões.) Uma mãe confidencia-me que dos quatro filhos adultos 3 não
vão à Missa, significando com isso o abandono da prática religiosa. Um rapaz confessa-se porque a filha vai fazer a Primeira
Comunhão. Na empresa gozam-no porque já não está de moda ser-se Católico. Ele
vive na dúvida, mas ainda vai trilhando os caminhos da fé que a mãe lhe
ensinou. Ainda assim, vacila. Tem mais dois irmãos, que já não vão à Missa.
Domingo vão ao almoço da festa, mas não irão comer da mesa da Festa!
Estamos seguros?
Estamos seguros de que andamos a fazer bem aquilo que Jesus
nos pediu que fizéssemos em Sua memória? Como fazer da Eucaristia o centro
significativo da vida e a experiência viva e incarnada da Ceia do Senhor? Não sou do tempo das multidões nas igrejas nem me lembro de
na nossa Igreja do Carmo se celebrarem oito missas ao Domingo (o dobro das
actuais!). Não creio que regressemos ao passado, ou que tal seja sequer
desejável. Mas que o assunto me preocupa, isso é verdade! E dói-me a alma sempre que ouço louvar aquelas Missas
celebradas às seis da manhã (ou antes!), que se enchiam de gente a transbordar
pelas portas e rezadas em quinze minutos! Se me dói... E não é por não saber
celebrar assim — coisa que nunca faria! —, mas por, talvez, durante demasiado
tempo demasiados padres terem celebrado missas assim e os cristãos a elas se
terem afeiçoado. Como é que uma missa assim pode envolver os sentidos, convocar
a inteligência, a sensibilidade e a emoção, desvelar o mistério, nutrir
sacramentalmente? Sim, sou contra as Missas dos caçadores; embora, por vezes,
pouco melhor saiba fazer... E é assim com estas cogitações na cabeça que ando meditando
e preparando a Reunião de Encerramento e Avaliação do Ano Pastoral da nossa
Comunidade, para a qual se devem sentir convidados todos os colaboradores da
nossa acção pastoral e demais amigos e fiéis que se queiram associar.
Actividades que sobressaíram
Entretanto, elenco alguns aspectos dignos de registo maior
na celebração do nosso Ano Pastoral. São concretizações fortes (outras nem por
isso) que devemos agradecer a todos e sobretudo ao Senhor; que devemos
repensar, valorizar e cuidar se se devem repropor. Ficam aqui declaradas para que as possamos meditar durante a
nossa semana e as possamos reflectir em conjunto no dia 20, Sábado, pelas
16:00h, na Sala dos Terceiros (Estas e outras que V. entenda que o devam ser;
ou até mesmo outros assuntos que lhe possam ter parecido menos positivos):
I. Acções que reapareceram
1. A Chama do Carmo, embora a actual em novo formato e
periodicidade semanal;2. Retiros espirituais nos tempos fortes.
II. Novos propostas e actividades
1. Reunião de Abertura e Reunião de Encerramento do Ano
Pastoral;2. Adoração Eucarística Mensal, que se realiza entre as 13:30h e as 20:00h;
3. Encontros com a Palavra, que sucederam aos Encontro Bíblicos;
4. Coral da Missa Vespertina;
5. Jovens Missionários Kanimambo;
6. Colaboração de mais Acólitos, Leitores e Ministros Extraordinários da Comunhão e Entradas solenes nas Missas dominicais.
6. Convívio com os colaboradores da pastoral da nossa Comunidade (em San Cámpio);
7. Espaço E, ainda que não muito aproveitado;
8. Exposição dos presépios;
9. Surgimento do blog da Chama do Carmo.
[Chamado Carmo - 14 de Junho de 2009]
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