...

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Bem-aventuranças

O Evangelho deste Domingo apresenta-nos Jesus rodeado pelos seus discípulos, no alto dum monte. O Mestre senta-se e ensina. É assim que prova a autoridade e a segurança da doutrina das Bem-aventuranças. Elas resumem a força e a dinâmica do Reino de Deus, pois Deus semeou no coração humano a semente da confiança e da bondade, da mansidão e da misericórdia, da inocência e da constância.
Tudo está a começar e isso se vê na abertura à proclamação da Boa Nova e na forma simples e cooperante com Jesus. Que assim de simples são os bem-aventurados.

O porteur

A Nouwen chamaram-lhe o santo ferido, que é mais ou menos o título dum livro seu. Era ao que parece um homem brilhante. No momento mais alto da sua vida chegou, com alguma frequência, a dar conferências em três continentes diferentes em apenas uma semana. Era muito estimado e reclamado. Mas também inseguro, de altos e baixos e depressivo. Conseguia entreter, sem enfadar, uma assembleia de milhares de pessoas durante duas horas.
Estava sempre em busca, sempre insatisfeito, sempre agitado, sem paz. Muitos depois de lerem os seus livros, ao conhecerem-no pessoalmente ficavam desiludidos: não era como o haviam imaginado...
Admirava o circo e nele via o outro lado da espiritualidade, ou, melhor dito, uma maneira outra de a ver. Gostava sobretudo dos trapezistas. Deles dizia, pensando na experiência de Deus que somos chamados todos a viver: «Eu só posso voar livremente quando sei que há um porteur para me amparar. Se temos de arriscar alguma coisa, de ser livres, no ar e na vida, precisamos de ter a certeza que há um porteur. Temos de saber que, ao descer em queda livre, alguém nos vai amparar, garantindo a nossa segurança. O grande herói é o que menos se vê. Confiemos no porteur.