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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Comecei a ler cheio de esperança

Comecei a ler com gosto a nova encíclica de Bento XVI.
Fi-lo com gosto apressado. Li pouco, estou sem tempo.
Respiguei aqui e ali e gostei. Parece ter acertado. Mais uma vez.
Tem pérolas-palavras deliciosas. Como é o caso:
«
Elemento distintivo dos cristãos é o facto de estes terem um futuro:
não é que conheçam em detalhe o que os espera,
mas sabem em termos gerais que a sua vida não acaba no vazio

Palavra de Deus

Lê a Palavra de Deus.
Se a não perceberes os demónios ouvem-na e tremem.
(Um monge)

Estai preparados

O barco está seguro no porto, mas está feito para navegar.

Alma Nostra

A Alma Nostra do Dr. Carlos Magno e o Professor Carlos Amaral Dias passou para a noite. É na Antena 1, às Terças, creio que por volta das onze. Gosto de os ouvir, o que não quer dizer que os goste de ouvir sempre. São uma boa alternativa à televisão: Falam enquanto os outros vêem televisão. (É o slogan do programa, que não se cansam de repetir.)
Ontem, entre outras coisas falaram do Professor Ratzinger. (Acordaram que ou lhe chamavam pastor alemão ou Professor Ratzinger, o que não passa duma imberbe provocação de mau gosto.)
Falaram do Papa para falar do pretenso puxão de orelhas aos Bispos portugueses. Acabaram situando a questão no comparativo com os Bispos espanhóis galardoados com as recentes beatificações dos mártires da Guerra Civil de 1936-39. É coisa sem comparação, claro. Mas não para os doutos faladores.
Sobre este assunto disseram uma série de imprecisões e até disparates. Na verdade, quer a visita Ad Limina dos bispos portugueses quer a recente cerimónia de beatificação estavam previstas há muito tempo. E a visita dos Bispos portugueses até se realizou com um atraso de 2 anos, mercê da morte de João Paulo II... Depois, a visita faz parte da vida ordinária da Igreja, e o processo de beatificação trilhara já um longo caminho. A coincidência temporal foi só isso, coincidência.
Compará-las foi um acto falhado e um erro estratégico. As palavras do Papa são mais que paternalismo ou ralhete de pastor. São o exercício do humilde serviço da caridade do último servo dos servos de Cristo. Vai muito além do puro gesto de humana de gestão.

Porta aberta


O convite está feito. A porta maior aberta. O caminho chama-nos.
Ao começarmos o último mês do ano abrimos as portas á esperança
E empreendemos a marcha para o Natal.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

É proibido pensar

Para alguns é proibido pensar, porque é mais fácil viver sem se pensar. Os outros, claro. Não assim, quem vive do Espírito. Ouça em: http://media.putfile.com/Joao-Alexandre---e-proibido-pensar.

Sentinela2

— Vejo a noite. A noite que já tem fim, como uma janela aberta ao luar.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Deus é agradecido

Deus é tão agradecido que um erguer do olhar por nos recordamos d’Ele
não fica sem paga.
(S. Teresa de Jesus)

O óbulo da viúva

Conta uma antiga lenda oriental que todo aquele que se cruzasse com o rei estava obrigado a oferecer-lhe um presente. Um dia, um pobre camponês encontrou-se com o monarca. E como não tinha nada que oferecer-lhe, tomou um pouco de água na concha da mão e ofereceu ao rei aquele simplicíssimo presente.
O rei — era um rei bom — agradado com a boa vontade daquele súbdito mandou que lhe dessem como recompensa uma escudela cheia de moedas de ouro.

Jorge Valdano

Jorge Valdano, argentino do Real Madrid, imigrou com igual elegância do futebol para a escrita. (A ver pelas crónicas que em tempos o PÚBLICO publicou.) Recordo uma crónica em que ele falava do Aaaaaahhhhhhhhhhhhhh que percorre a bancada após um lance falhado e que é um misto de censura e lamento, como o Quaresma tem merecido até ao golo de ontem.
Dizia ele que porque existe uma comunhão de almas entre o artista-jogador e o público, esse lamento (ou censura?) pode condicionar um jogador durante todo um jogo. Pode não ser verdade para todos os jogadores, mas pelos vistos nalguns é mesmo assim.
Na altura concordei com ele, porque era o mestre a falar com um saber de experiência feito. Hoje continua a concordar. E digo mesmo mais: o mesmo pode suceder com uma Missa.

De repente, a esperança

Neste Domingo tropecei três vezes — pelo menos — na esperança.
No JN o Pe Rui Osório confirma o que vínhamos esperando:
A próxima encíclica de Bento XVI — Spe salvi, salvos na esperança —
É sobre esta virtude teologal.

Denis Tillinac, escritor francês, num breve texto, escrevia:
«Cada ano eu saboreio a esperança que renasce no Natal

Num outro texto que visava a preparação do Advento, li:
«Com o Advento os cristãos são convidados a testemunhar, semear e militar a esperança

Agora que o diz...

A Antena 1 tem agendada para amanhã uma conversa biografada com Eduardo Lourenço, pensador português arrinconado em França.
É para Terça, não sei a que horas. Mas há-de valer a pena.
Em jeito de aperitivo a Estação avançou duas ou três frases. Retive uma: «Cada cem ou duzentos anos nasce um filósofo, entretanto os outros repetem-se. Eu procuro ser sério.»
Agora que o diz...

domingo, 25 de novembro de 2007

Cristo Rei

Venha a nós o vosso Reino!

Na América

Na América como nos filmes (quase) tudo é possível.

sábado, 24 de novembro de 2007

Palavras sábias

Agradeço ao bom Deus pelas bênçãos que tem concedido à minha vida,
algumas das maiores dádivas de Deus são orações não atendidas.
(Gath Brooks, Cantor norte-americano de música country)

Sentinela1

— Vejo a noite. E vejo caminhos por preparar, Veredas por alargar. Outeiros por aplanar. Vales por encher.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sentinela

— Vejo as ruas iluminadas. As montras engalanadas. As pessoas apressadas a preparar o Natal.

A aula maior

Arsélio Martins, 59 anos, Professar da Escola José Estevão, em Aveiro.
É o vencedor da primeira edição do Prémio Nacional de Professores.
É professor de matemática há 35 anos. É um professor espectacular,
dizem os alunos. E dizem que consegue tornar a matemática mais simples.
Não sabe por que foi estudar matemática.
Quis ser padre e a família não deixou.
Quis ser marinheiro para ser poeta. Mas não foi marinheiro.
Não foi nem bom nem mau aluno.
É um professor clássico que não quer perder nenhum aluno.
Anda um pouco confundido ou cansado com os holofotes dos media.
A sua aula maior vinha ontem no público:
«Não sou professor modelo. Ninguém me deve imitar.
Meti muita água.»

O Advento e a sentinela

O Advento está a chegar.
— Sentinela do Advento, que vês a chegar?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sem palavras

A história tem de continuar em palavras, porque Deus é Deus das segundas oportunidades. Vejam só, faltam quadradinhos.
















No dia de Santa Cecília

Sou cristão não por a fé cristã ser atractiva, mas por ser verdadeira.
(John Stott)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Zaqueu

Caiu-me novamente em mãos o texto de Zaqueu.
Caiu-me nas mãos e nos olhos. Pelo menos.
E saiu-me este comentário: É no que dá meter-se com Jesus!
Vocês sabem do que falo!, como diria o outro.
Veja-se o que disse:
— «Se causei algum prejuízo a alguém,
restituirei quatro vezes mais».
A Lei ordenava restituir o dobro. Zaqueu promete restituir duas vezes o dobro do que roubara e que era exigido pela Lei.
É no que dá meter-se com Jesus!
E já antes prometera:
— «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens».
É o que eu digo:
deveria haver mais homens pequeninos no mundo a querer ver Jesus.

Um programa de vida

Não acordes
sem olhar a natureza e louvar o Criador.

Não comeces o dia
sem dizer ao coração: amar é trabalhar.

Não sorrias a ninguém
sem manifestar a Deus a tua gratidão.

Não fales ao próximo
sem intenção de ouvir o que ele diz.

Não acolhas o sofrimento
sem pousar os olhos na Cruz.

Não repares na injustiça
se uma mão cheia de perdão.

Não caias segunda vez
sem um sinal de arrependimento.

Não olhes o próximo
sem o propósito de ver nele o positivo.

Não ganhes vantagem
sem te mostrares humilde.

Não passes pelo pobre
sem uma mão cheia de generosidade.

Não olhes para quem sofre
sem um gesto de conforto.

Não adormeças
sem fazer o teu exame de consciência.

(D. Augusto César)

Ainda não é Natal

Como é costume, estão a meter-nos o Natal pelos olhos dentro.
E como o Natal é luz (É o nascimento da Luz!), então a coisa é complicada. Não vamos dormir até depois do Natal.
Eu compreendo que o comércio, especialmente o pequeno comércio, o de bairro, tenha de vender. As dificuldades e a concorrência são muitas. E compreendo que se tenha de erguer uma árvore do tamanho da Torre dos Clérigos para promover a saída do dinheiro do bolso.
O que já não compreendo é que ainda não tinha terminado o Verão — portanto, em meados de Agosto — e já havia anúncios na televisão com música natalícia. A mensagem era óbvia.
Espiritualmente ainda nem chegamos ao Advento, que é o tempo de preparação do Natal. Ainda falta mais de uma semana. Por isso, quando nos preparamos para preparar o Natal já estaremos cansados.
Está bem que o Natal seja quando Deus quiser. Mas para quê erguer vozes, luz, músicas e árvores tão altas se depois a torre fica lá e o resto desaparece?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Quando alguém reza

«Quando alguém reza, algo muda no mundo». (S. Teresa Benedita da Cruz)

De quem é a ignorância?




O ramo de amendoeira

Não me passou ao lado a ordenação episcopal de D. António Couto. Mas por alguma razão o blog se chama depois da hora.
Não me surpreendeu a sua eleição para Bispo. Não me surpreendeu a escolha do seu lema episcopal.
Antes de ser bispo foi poeta e homem enfarinhado na Palavra de Deus.
E só pode continuar a sê-lo.
Vejo um ramo de amendoeira é um lema feliz, porque esperançoso.
A amendoeira floresce no Inverno. É quase um atrevimento só seu.
Obrigado, D. António, pelo atrevimento de nos recordar a esperança
na fragilidade duma flor nascida na invernia.
Vejo-o hoje ainda sem jeito de bispo numa fotografia duma revista. Olhando-a, dir-lhe-ei: Não queira outro jeito se não o de experimentar ver, pensar e dizer o bem, o belo e o bom.
Deus o abençoe.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Mais mas não muito mais

Mais mas não muito mais, em http://carmojovem.blogspot.com/.

Por que não vou à Missa

Conhece-se uma carta dos tempos de crise de São Rafael Kalinowski, onde ele aduz as razões para não ir à igreja. Diz: «Ninguém vai. Dos meus colegas e companheiros ninguém vai. Daqueles que são do meu estatuto social ninguém sabe o que é uma igreja. Rir-se-iam de mim se soubessem que ia à Missa. É por isso que não vou. Para que não se riam de mim, pois teria vergonha.»
É ainda hoje a razão mais válida para muitos. O escárnio.
Agora que o temos no Céu; agora que sabemos que ela bom; agora que o sabemos mais anjo que homem; agora, talvez percebamos o seu caminho. E talvez nos apressemos a percorrê-lo.
Assim queiramos, que Deus ajuda.

S. Rafael Kalinowski

É hoje dia de S. Rafael Kalinowski. É polaco. E Carmelita Descalço. No passado dia 15 cumpriram-se 100 anos da sua morte, mas celebraram-se hoje.
Dele disseram muitas coisas: que a sua vida era bela, que passou pela Terra fazendo o bem, que era mais anjo que homem. Era tudo isso. E mais.
Aos 17 anos deveria ter entrado no Noviciado dos Capuchinhos. Mas não teve coragem. Acabou perdendo a fé.
Foi capitão do exército russo, que trocou pelo da sua pátria, a Polónia. Acabou combatendo os russos. E perdendo. Condenado à morte comutaram-lhe a pena para 10 anos de degredo na Sibéria. Era quase a morte. Não morreu. Combateu-se a si até Deus vencer.
Regressado à pátria pediu para entrar no Noviciado dos Carmelitas Descalços. E entrou. Tinha 42 anos. Foi ordenado sacerdote aos 47.
Nasceu em 1835, morreu em 1907. Era hora de ir descansar. Hora merecida.